A gente (es)colhe o que planta
É verdade que a autorresponsabilidade não é o ingrediente único e mágico para se ter uma vida de CONSTANTES ciclos virtuosos. Isso você só verá na ficção.
A vida é feita de incompletudes, desejos, altos e baixos. E eu diria que é isso que dá tempero à nossa jornada.
Mas é verdade também que uma vida tocada com autorresponsabilidade aumenta muitas “estalecas” rumo aos CICLOS VIRTUOSOS.
Vejamos o que chamo de autorresponsabilidade e ciclo virtuoso.
Autorresponsabilidade consiste na capacidade de nos apropriarmos de nossa história e de tomarmos as rédeas da nossa vida, o que envolve autorresponsabilização pelas consequências de nossas escolhas e nossos atos de cabeça erguida (o que não significa dizer que sempre será confortável).
Eu até ousaria dizer que um dos maiores desafios da autorresponsabilidade está bem aí: assumirmos as consequências de nossas escolhas e atos.
E ciclos virtuosos…
Quando falo em ciclos virtuosos, em resumo, refiro-me a FLUXO. Relacionamentos saudáveis, sonhos em andamento, lazer em dia, trabalho fluindo com prazer. É vida em movimento.
E volto a dizer, não se trata de uma vida utópica e sem problemas. Estes coexistirão ao fluxo.
A diferença está no padrão, no ciclo repetitivo. Perceba. Se algo se repete com muita frequência em sua vida, olhe com afeto: é a vida querendo te ensinar algo que você ainda não captou. Porque de vez em quando tenho a sensação de que a minha vida não está fluindo? Por quais motivos, me pego vivendo situações semelhantes com pessoas diferentes e em circunstâncias diferentes?
Vejamos agora que comportamentos e sentimentos costumeiramente são usados por pessoas que não se apropriam de sua história:
– Vitimização. Crença de que o mundo está contra mim ou que só me acontece “coisas ruins”. Talvez um dos comportamentos dessas pessoas seja o de constantemente transferir os seus impedimentos de fazer algo por si a situações externas (destino, desculpas, dificuldades, outras pessoas).
– Procrastinação. Tendem a adiar ao máximo tudo que podem. Costumam ser pessoas com excesso de pendências de pequenas (ou grandes) coisas a resolver. Normalmente despendem muita energia lembrando frequentemente das pendências ou vez por outra podem se ver com um problemão maior, por ter adiado uma série de pequenas necessidades que anteriormente não eram tão urgentes.
– Ruminação e acúmulo de rancor. Podem ser pessoas que adiam as resolutividades de pequenos conflitos na vida diária com pessoas do trabalho e/ou da família e despendem uma energia enorme processando internamente o ocorrido. A falta de habilidades assertivas, de comunicação e percepção intra e interpessoal podem ser fatores que prejudicam a sua ação rumo a resolução destes conflitos.
E agora, veja alguns dos comportamentos de pessoas que se apropriam de sua história de vida:
– Diante de problemas ou impedimentos para suas resoluções pensam numa segunda ou terceira forma de gerenciar e resolver o que lhe acontece;
– Não costumam ser reativos aos seus sentimentos. Utilizam inclusive de sentimentos desconfortáveis como a tristeza, a vergonha, a raiva e a insegurança, para conhecerem mais de si e da situação, para resolverem o que é o melhor a fazer e o que aprender com essa experiência;
– Reconhecem que podem errar e assumem a responsabilidade por seus erros, tomando as providências necessárias para reparar o que aconteceu com os envolvidos.
– Queimam umas pestanas para descobrirem o que querem da vida, fator este que facilita na disciplina para correrem atrás de suas metas.
Lembre-se. A autorresponsabilidade é um comportamento que pode ser desenvolvido e a psicoterapia pode te ajudar nisso. E vejamos, se há um castelo de baralho que sustenta a estrutura de pessoas assim, possivelmente não será puxando a todo custo a carta do meio que iremos conseguir bons frutos. É preciso conhecermos os alicerces, para discernir por onde começar. O resultado, este sim, será o do desenvolvimento da autorresponsabilidade. E os frutos? AAAh, frutos. Esperamos colher vida plena, fluidez e autorrealização.
E você, o que tem colhido de uma vida com autorresponsabilidade?