Desacelerando a aflita corrida pela definição do nicho — texto 3 de 3*
Definir o nicho de mercado envolve pensar no tripé: saber fazer, gostar e ter demanda
Leia também os textos “Por que definir um nicho por ser legal para você?” e “Por que definir um nicho pode NÃO ser legal para você”.
Portanto, tão importante quanto identificar se há demanda de mercado para o nosso nicho, é identificar o que gostamos, o que faz sentido para nós e se aquele tema possui um potencial de identificação a ponto de nos mantermos motivados a trabalhar com ele a médio e longo prazo.
Por esses e outros motivos, costumo falar que definir o nicho é como pensar em nosso propósito, em nossa missão (mesmo que o seja situado NAQUELE momento de nossas vidas).
Por sua vez, uma missão de vida, para ser delineada, envolve:
- Vivência/experiência;
- E um olhar curioso sobre si e sobre o vivido por meio do autoconhecimento.
Faz sentido?
E ai eu te pergunto: é comum conhecermos adolescentes ou jovens adultos que apresentam total discernimento de sua missão de vida?
Embora seja possível, é pouco comum.
Eles estão em PROCESSO de experimentação, cuidando ainda de desvendar e conviver com seus fantasmas. Estão, por isso, mais voltados a demandas anteriores à esta. De forma exagerada, suas preocupações orbitam sobre como “sobreviverão” ao mundo e não qual sua missão nele.
E eu ainda acrescentaria que essa etapa é FUNDAMENTAL e fornece uma das BASES, para a futura descoberta de sua missão no mundo.
Cada coisa no seu tempo, cada experiência com seu nível de importância para cada período de vida.
Há também aquelas pessoas que encontram o seu propósito, vivem em congruência com ele e, após passarem por determinadas experiências de vida, redesenham e cada vez mais vão encontrando um novo lugar no mundo, que melhor vai se adequando a quem elas vão se tornando.
E sejamos realistas. Há ainda aqueles que vivem uma existências inteira e não descobrem o seu propósito de vida. Verdades sejam ditas.
O ponto é que somos seres em constante mudança.
O que quero deixar neste último texto é a reflexão de que a definição do nicho:
1) pode ser algo P R O C E S S U A L.
2) não precisa necessariamente ser algo definitivo, pronto e acabado. Se você deseja usufruir das vantagens que este formato de trabalho pode te oferecer, lembre-se: a consolidação e o aparar das arestas podem ser delineados com o tempo*.
3) você não precisa concebê-la como uma corrida pelo atendimento de uma orientação “em alta” do mercado, cujo risco será o de ficar fora dele, se não seguir.
4) a sua crise existencial do momento pode ser um baita trampolim para se conhecer cada vez mais, extrair pistas para melhor definição do púbico ao qual você deseja se dedicar e para que outras vidas possam ser impactadas com a sua experiência. E o melhor: tocando a vida em congruência com a sua essência.
As ferramentas que usaremos no processo* te ajudarão a pensar mais concretamente sobre ele.
E para finalizar, lembre-se: trabalhe com os recursos que você tem HOJE.
Às vezes, devido às exigências pessoais, o que pode parecer incompleto para você, pode ser a melhor ajuda que um futuro cliente obteria nesse momento.
Então, prepare-se, mas saiba o momento de partir para a ação.
Não hesite. E acredite na sua capacidade para impactar positivamente a vida das pessoas com compromisso e responsabilidade.
Você pode!
*Obs1: Neste texto, me dirijo mais diretamente aos profissionais autônomos. A reflexões sobre a natureza processual da definição do nicho não se adequam tão bem, por exemplo, a um empreendedor, que lançará uma marca de roupa ou abrirá um restaurante. Neste caso, é mais indicado a definição do nicho ANTES de abrir o negócio.
*Obs2: Texto adaptado e disponibilizado nas sessões do Programa de Orientação de Carreira para Psicólogos (outras informações, fale comigo através do e-mail simeaomarina@gmail.com ou pelo WhatsApp).
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