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Sobre a capacidade de mudança e ressignificação

17 de janeiro de 2018 • Categoria: Jeito MAR(in)A de serPartilha que inspiraSua essência na carreiraSua essência na vida

Me recordo que quando era estudante de Psicologia e fazia psicoterapia com uma profissional muito querida, a questionei sobre a seguinte pergunta: Não é chato passar o dia inteiro escutando os problemas das pessoas? Uma pergunta um tanto capciosa para fazer a uma profissional que trabalhava com aquilo (hoje o meu bom senso falaria mais alto e eu não perguntaria rsrs). Mas pensando por outro lado, ali também era o meu espaço de desabafo para me compreender e, quanto mais autêntica eu fosse, melhor. E naquele momento, um dos meus questionamentos, tinha relação com as escolhas profissionais que eu estava tecendo: atuar ou não com psicologia clínica.

Essa lembrança me fez pensar em duas “máximas de vida”, ambas relacionadas ao processo de autoconhecimento e mudança, que levo comigo hoje.

A primeira é que, às vezes precisamos, de fato, experimentar na pele as vivências, sejam elas profissionais ou pessoais, para que tenhamos conclusões pautadas no real sentido que aquilo tem para nós, antes de tirarmos conclusões precipitadas ou pautadas realidades conhecidas apenas parcialmente.

No âmbito de carreira, ouvir falar, ler sobre, ir a um profissional que atua com aquela área é sim uma forma de conhecer, mas ainda parcialmente.

Nos permitamos EXPERIMENTAR! Podemos perder grandes presentes quando nos fechamos fortemente para algo que ainda não conhecemos verdadeiramente.

Isso serve para vivências pessoais também: fazer uma viagem sozinha, experimentar um esporte novo, aceitar um desafio profissional, dar abertura para se aproximar de pessoas diferentes de você. E a lista é enorme…Apenas TENTE, EXPERIMENTE.

A “segunda máxima” é sobre a enorme capacidade de RESSIGNIFICAÇÃO e MUDANÇA do ser humano. Esse é o meu chamego, o que me motivou à dedicar-me à Psicologia Clínica.

Aqueles que me conhecem, sabem que hoje sou completamente arreada pelo que faço. Amo de paixão. Mas nem sempre foi assim, como pode ser notado na pergunta que fiz para minha psicoterapeuta na época da faculdade.

Sim, já tive, durante o período de faculdade, momentos de crises nos quais me questionava se aquilo era realmente para mim e se não era o caso de fazer outro curso. É…nos nossos 20 e poucos anos ainda estamos “desenhando” quem somos, quem queremos ser, o que gostamos.

Experimentei o estágio em clínica; busquei a minha própria psicoterapia, com o objetivo de encontrar o meu lugar no mundo; me lancei no mercado fazendo atendimento clínico e foi assim que no decorrer destes anos de atuação, a paixão foi sendo firmada.

Sabe aquele questionamento que fiz à minha psicoterapeuta? Por meio de minhas vivências pessoais e profissionais ele foi sendo RESSIGNIFICADO. E sim, MUDOU. Uma sessão de psicoterapia para mim está longe se resumir a simplória escuta de problemas. Hoje, eles são o tempero do desafio. Um dos maiores motivadores em minha prática clínica é A CRENÇA NA CAPACIDADE DE MUDANÇA DO SER HUMANO. É a capacidade de evolução, o empoderamento, a serenidade pós crise, a potencialidade que enxergo em cada pessoinha que se senta neste sofá à minha frente… vê a diferença? A mesma coisa, vista em ângulos diferentes. E sim, isso também teve a ver com o meu processo pessoal (de crise e crescimento pós-crise).

E você? Também já enxergou a mesma coisa com olhos diferentes, em períodos diferentes da sua vida? Que bom! Isso significa que somos passíveis de mudanças e não somos sempre os mesmos.

E para finalizar, o que gostaria de deixar para vocês nestas reflexões é que tenhamos paciência com nossos processos internos, acolhamos o nosso interior, possamos dar tempo ao tempo, respeitemos o nosso nível de maturidade e compreensão que temos em determinado momento de nossas vidas e OS APROVEITEMOS PARA NOS CONHECERMOS.

Usemos nossa consciência e percepção para buscar nossa evolução, nunca para nos julgar. E SEMPRE, acreditemos no nosso potencial de mudança para MELHOR. Este é o melhor habeas corpus que podemos dar a nós mesmos. É a legitimidade de que sim, podemos e temos a capacidade de mudar.

Por Marina Simeão (CRP: 11/06517)

Em 16/01/2018

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